Blog do Prof. Dr. Paulo Cardim nº 559, 31 de outubro de 2022

Todos os Santos & Finados: dias de orações

 

A Igreja Católica, Apostólica Romana celebra Todos os Santos no dia 1º de novembro. Trata-se de uma comemoração em honra a todos os Santos e Santas, todos os mártires, de todos os tempos, sejam eles conhecidos ou não. Segundo os historiadores católicos, como a Terra Santa registra, a Igreja entende que o número de santos é muito maior do que aqueles que foram canonizados e que estão nos altares. A celebração faz justiça a todos os trabalhadores da Seara do Senhor que se notabilizaram pela humildade, caridade, amor e submissão a Deus.

Essa história remonta aos anos 610, quando se encontram várias notícias da celebração de Todos os Santos e Santas que estavam à direita de Jesus Cristo. Nesse ano, quando o Papa Bonifácio VI fez a dedicação do panteão, que era templo pagão romano, a Nossa Senhora e a todos os Santos e Santas da Igreja, considera-se como o início dessa celebração.

As orações eram também por todos os mártires que testemunharam o nome de Jesus e morreram por causa de sua fé. Nesses momentos, os imperadores romanos revelaram sua intolerância e perseguição, determinando a morte de milhares de cristãos. Essa perseguição, contudo, não ocorreu somente em Roma. Em todos os recantos de nosso planeta os servos e seguidores de Jesus sofreram atrozes torturas ou foram martirizados. Mas o Cristo tinha consciência dessa perseguição quando afirmou aos seus discípulos: “O servo não é maior que seu senhor. Se perseguiram a mim, perseguirão também a vocês. Mas, tende coragem, eu venci o mundo!” (João 15, 20). Tendo em vista que milhões de cristãos fora perseguidos, torturados e mortos por imperadores romanos e outros déspotas, fica impossível reservar um dia para celebrar cada mártir ou cada santo ou santa.

Em 610, a celebração teve início no dia 13 de maio. Mais tarde, o Papa Gregório III mudou para 1º de novembro, véspera do dia de todos os fiéis falecidos, celebrado no dia 2 de novembro. Esse Papa consagrou uma igreja em Roma, que passou a ser a igreja de Todos os Santos.  

Há uma oração consagrada a Todos os Santos: “Ó, Deus, Onipotente e Eterno, que pela força do teu Espírito Santo santificastes a vida de tantos fiéis que vos serviram ao longo de todos os tempos e em todos os lugares, testemunhando a vossa grandeza, amor e bondade, fazei que, pela poderosa intercessão de Todos os Santos, que vós bem conheceis, cheguemos nós também à graça da vida eternamos junto de vós, na companhia de Vosso Santíssimo Filho Jesus Cristo, Nossa Senhora e Todos os Santos e Santas. Todos os Santos de Deus, rogai por nós. Amém”.

No dia 2 de novembro, reverenciamos todos os mortos: Dia de Finados.

O verbo finar vem do latim “finis” acabar, finalizar, encerrar. Ou seja, morreu, acabou, findou.

Alguns historiadores, situam o início dessa celebração no século 10, especificamente no dia 2 de novembro de 998. O abade Odilo de Cluny (962/1049), mais tarde Santo Odilo, sugeriu que o dia 2 de novembro fosse dedicado a orar pelas almas dos que finaram, morreram. Ele, com essa atitude, resgatou um dos elementos principais da fé católica: a perspectiva de que boa parte das almas dos mortos está no Purgatório em um processo de purificação antes de ascender ao Paraíso e, desta maneira, precisam de nossas preces e orações.

A Igreja Católica Romana não é a única a celebrar os finados. Esse dia é comemorado também pelas igrejas Anglicana e Ortodoxa Oriental. Nesta, existe ainda os “Sábados das Almas”, que são sete sábados por ano dedicados aos mortos.

No Brasil, os católicos geralmente visitam o túmulo de seus entes queridos. Ali depositam flores, acendem velas e oram. No Ceara, em Juazeiro do Norte, há a Romaria de Finados. Ela se estende durante todo o mês de outubro e termina no Dia de Finados.

Em outros países, há outros costumes. Um exemplo é o México. Lá, as pessoas comemoram o Dia de Finados de uma maneira mais festiva que a brasileira. As celebrações duram três dias. Os mortos são objeto de zombarias. As pessoas enfeitam as ruas, organizam desfiles, zombam dos mortos. Elas acreditam que os espíritos dos que já se foram visitam seus parentes nessa data. Alguns lares têm altares, nesses três dias, decorados dentro de casa. São enfeitados com flores, caveiras de papel machê, retratos das pessoas mortas e pequenas oferendas.

Mas o Brasil é um país de maioria católica. Essas datas são celebradas de acordo com as orientações da Igreja Católica, sob as vistas generosas de Jesus, o filho ungido de Deus. Vamos orar por Todos os Santos, pelos mortos e pelo Brasil.

 

 

“É admirável quanto pânico um homem honesto pode espalhar em meio a uma multidão de hipócritas”.

Thomas Sowell

 “O POVO PRECISA DE DUAS COISAS: LIBERDADE E EDUCAÇÃO.

LIBERDADE PARA PODER VOTAR. EDUCAÇÃO PARA SABER VOTAR”.

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