Blog do Prof. Dr. Paulo Cardim nº 557, de 17 de outubro de 2022

Professor eterna gratidão

 

A História da Profissão Docente registra seu início na Antiguidade, quando o conhecimento inicial era o “mito”.  Mais tarde, o conhecimento passa a ser a “razão”.  Assim, os filósofos da Antiguidade foram os primeiros professores.

No Brasil colônia, a educação teve início após a chegada dos jesuítas, liderados por Manoel da Nóbrega, em 1549.  Tornaram-se os únicos professores e catequistas da população local até 1757, quando um movimento liderado pelo marquês de Pombal, promoveu a expulsão dos jesuítas do país.  Nesse momento a coroa portuguesa assumiu essa responsabilidade. Contudo, não estava cristalina a relação estabelecida no processo ensino-aprendizagem. Mas a figura central do processo era o professor.  Essa relação passou por inumeráveis mudanças, ao longo dos séculos.

Chegamos à terceira década do século 21.  Agora o professor tem sua importância agigantada porque assume, realmente, a função de professor-educador, como detentor do conhecimento, e atua, doravante, mais como orientador do processo ensino-aprendizagem, no qual o educando é o centro.

Porém, para o sucesso desse novo modelo, devemos nos preocupar com a educação superior, no Brasil, que está caminhando rapidamente para o uso intenso das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs), sem esquecer da principal peça da engrenagem na aplicação da metodologia ensino-aprendizagem, o Professor.  Este professor ministra aulas em espaços de aprendizagem diversos, orienta, estimula, acolhe o educando e deve estar sempre em sintonia com os avatares, robôs e AI – Artificial Intelligence ou Inteligência Artificial (IA), os quais são frios, neutros, insensíveis, como qualquer software, porém indispensáveis nos dias de hoje.

A Inteligência Artificial (IA), segundo os especialistas da área, é um ramo da ciência da computação focado na construção de softwares inteligentes capazes de executar tarefas em substituição ao ser humano.  Já a robótica consiste em um conjunto de ferramentas criadas pelo homem para automatizar processos com mais rapidez, precisão e qualidade

 

Há robôs que são equipados com a IA.  E o avatar que, na tradição hindu, é a manifestação corporal de um ser divino, na informática e nas mídias, é um personagem do usuário no mundo virtual ou digital.  É um corpo virtual.

A programação e aplicação dos robôs, da IA e dos avatares podem ter a participação do professor, mas nem sempre isso acontece no campo da educação superior.  Nessa área, profissionais treinados para essas atividades podem alimentar esses seres ou instrumentos digitais em substituição ao professor, com prejuízo para o exercício pleno da docência.  Isso acontece, em particular, no ensino a distância (EAD) e no semipresencial ou misto.  O uso desses programas de robótica, IA e avatares é bem-vindo ao mundo educacional, mas não podem e não devem prejudicar a atividade docente, detentora de conhecimento indispensável ao ensino, à supervisão e orientação discente, privativa do professor capacitado em programas e cursos de pós-graduação.

O professor, o mestre, ainda é o profissional da educação mais importante, junto ao educando, o centro do processo de aprendizagem.

Não podemos ser contra o uso da robótica, da IA e dos avatares no processo educacional.  Todavia, esses programas não podem substituir o professor e, muito menos, a atividade presencial, em diversos espaços de aprendizagem. O professor deve estar presente na programação desses instrumentos das TDICs, pois ele é insubstituível na sua função didática e pedagógica, não somente ao ministrar aulas ou coordenar atividades acadêmicas, mas principalmente na supervisão, orientação e estímulo ao educando.  O êxito da aprendizagem ocorre quando o mestre, o professor,  ocupa o seu espaço e atua de forma eficaz e eficiente.  Quando isso ocorre, “a educação é algo para acontecer nesse espaço invisível e denso, que se estabelece a dois.  Espaço artesanal”, na concepção do educador Rubem Alves.

Almeida e Mahoney (MAHONEY, A. A.; ALMEIDA, L. R. “Afetividade e processo ensino-aprendizagem: contribuições de Henri Wallon”. Psicologia da Educação, v. 20, 2005, pp. 11/30) alertam que “o processo ensino-aprendizagem só pode ser analisado como uma unidade, pois ensino e aprendizagem são faces de uma mesma moeda; nessa unidade, a relação interpessoal professor-aluno é um fator determinante.  Esses atores são concretos, históricos, e trazem a bagagem que o meio lhes ofereceu até então; estão em desenvolvimento, processo que é aberto e permanente”.

Durante a pandemia, o professor Belas Artes teve que se adaptar, em poucos dias, ao processo de ensino-aprendizagem remoto.  Quanto esforço e empenho nossos professores dedicaram para a entidade e seus alunos!

No pós-pandemia, novo desafio.  Precisou se readaptar a uma nova fase do ensino presencial ou semipresencial e superou, heroicamente, todos os obstáculos, tendo por objetivo manter a qualidade Belas Artes de educação e alcançando metas incríveis de produção acadêmica com qualidade absoluta.  Nada, absolutamente nada poderá ser mais importante do que essa vocação para o bem!

Finalmente, a comunicação entre educador e educando deve ser a mais cordial e fraterna possível, a fim de que aconteça o “espaço artesanal” idealizado pelo educador Rubem Alves.  Esse espaço é voltado exclusivamente aos interesses e às necessidades do educando na busca por jornadas de aprendizagem exitosas.

Em nosso Centro Universitário Belas Artes de  São Paulo, a educação está voltada aos interesses e às necessidades do educando, sob o conhecimento e as habilidades docentes.  Aqui o professor é um capital intelectual inestimável, insubstituível, que “transfere o que sabe e aprende o que ensina”, como sabe bem a poeta Cora Coralina.

Obrigado Professor!

Muitíssimo obrigado por tudo que foi feito a todos nós durante esse dificílimo período de pandemia e pós-pandemia.

“É admirável quanto pânico um homem honesto pode espalhar em meio a uma multidão de hipócritas”.

Thomas Sowell

“O POVO PRECISA DE DUAS COISAS: LIBERDADE E EDUCAÇÃO.

LIBERDADE PARA PODER VOTAR. EDUCAÇÃO PARA SABER

VOTAR”.

 

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