Educação inclusiva: uma opção democrática
O Instituto Alana é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que aposta em programas que buscam a garantia de condições para a vivência plena de crianças e adolescentes em ambientes educacionais. Criado em 1994, o Alana é mantido pelos rendimentos de um fundo patrimonial desde 2013. O Instituto foi fundado e é presidido por Ana Lucia Villela − Ana Lucia de Mattos Barretto Villela −, pedagoga, com mestrado em Psicologia da Educação pela PUC-SP, é membro do conselho de administração do Itaú, devido à herança que ela e o irmão, Alfredo Egydio Arruda Villela Filho receberam do avô Alfredo Egídio de Souza Aranha, fundador do Banco Itaú.
O Instituto Alana promoveu, em 2019, uma pesquisa sobre educação inclusiva. O documento, publicado sob o título de O QUE A POPULAÇÃO BRASILEIRA PENSA SOBRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA, tem as CONSIDERAÇÕES FINAIS, transcritas a seguir, para a reflexão de nós educadores, em todos os níveis e graus de ensino:
As percepções favoráveis à educação inclusiva são predominantes na população brasileira adulta: quase 90% concordam com a ideia de que as escolas se tornam melhores com a inclusão; e quase 80% concordam que as crianças com deficiência vão aprender mais na escola inclusiva.
A atitude individual de quem convive com pessoas com deficiência é ainda mais receptiva à educação inclusiva: 93% dos que convivem com pessoas com deficiência na escola são favoráveis à ideia de que as escolas se tornam melhores ao incluir crianças com deficiência, em comparação com 85% de concordância de quem não tem contato com pessoas com deficiência na escola, no trabalho ou na residência. Aproximadamente nove em cada dez pessoas que têm contato com pessoas com deficiência na escola e oito em cada dez que têm contato no trabalho discordam que crianças com deficiência – atrasam o aprendizado de crianças sem deficiência, corroborando a conclusão quanto à convivência no trabalho ou na escola possibilitar atitude mais favorável à inclusão.
Entre os sem deficiência que convivem com pessoas com deficiência, os que convivem no domicílio tendem a concordar mais com frases contrárias à inclusão. No entanto, também tendem a concordar que crianças com deficiência aprendem mais estudando junto com crianças sem deficiência. Essa aparente contradição revela a possibilidade de familiares de pessoas com deficiência considerarem que escolas somente para estudantes com deficiência seriam mais protetoras para as crianças, apesar de concordarem que o aprendizado pode ser maximizado em escolas regulares inclusivas.
A maioria da população brasileira discorda de afirmações como: “a criança com deficiência atrasa o aprendizado das outras crianças”, “é melhor para crianças com deficiência estudarem em escolas só com outras crianças com deficiência”, “a escola pode escolher se aceita matricular uma criança com deficiência” e “pais de crianças sem deficiência não querem crianças com deficiência na escola”.
Aproximadamente nove em cada dez brasileiros concordam que os pais de crianças com deficiência têm medo de que seus filhos sofram preconceito na escola.
Quanto ao professor, embora a maioria da população concorde que eles têm interesse em ensinar crianças com deficiência, também é predominante a concordância quando se afirma que eles não têm a formação necessária para ensiná-las.
Pouco mais da metade dos entrevistados concorda que as escolas particulares estão mais preparadas para a inclusão. Entretanto, a frase tem um sentido ambíguo refletido em um percentual de discordância que pode incluir aqueles cuja opinião reafirma um despreparo tanto da escola particular quanto da pública.
A concordância com frases inclusivas é mais expressiva entre os que moram em regiões metropolitanas, entre os mais escolarizados, entre os que pertencem às classes A, B, C e entre os que convivem com pessoas com deficiência no trabalho ou na escola. Pessoas mais velhas tendem a concordar mais com as frases contrárias à educação inclusiva, assim como moradores do interior, com menor escolaridade e classificação econômica.
A educação inclusiva exige ambiente e espaços de aprendizagem adequados ao desenvolvimento, independente de habilidades físicas ou cognitivas do educando. Na educação superior, as instituições têm de atender legislação específica sobre esse tema. As IES são obrigadas a promover a educação inclusiva, em especial, nos laboratórios e nas atividades práticas, como estágio profissional curricular.
As tecnologias digitais são usadas em diversificadas atividades acadêmicas, para atender a educação inclusiva. A educação a distância pode ser usada nos cursos superiores, na modalidade semipresencial, em até 40% da carga horária do curso. Essa é uma das modalidades que pode enriquecer a educação inclusiva, mediante planejamento pedagógico específico para as variadas síndromes. A acessibilidade é um dos itens avaliados pelo Ministério da Educação nos processos de credenciamento e recredenciamento de IES e nos de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos de graduação. A Belas Artes tem excelente avaliação nesses indicadores de qualidade. A educação inclusiva é um conceito democrático, diversificado e envolvente. Os espaços de aprendizagem devem proporcionar condições para que os estudantes tenham opções de instrumentos de aprendizagem. O #timeBelasArtes atua continuamente para melhorar o processo ensino-aprendizagem, com foco no educando, razão de ser de nossa existência.