Blog do Prof. Dr. Paulo Cardim nº 575, 03 de abril de 2023

Os anos passam…

Os anos passam e a vida acadêmica nas IES conservadoras não mudam. O mesmo processo ensino-aprendizagem. Idem os planos ou programas de “ensino”. Há poucas exceções. Por outro lado, há as que querem aproveitar integralmente os recursos das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDICs), que oferecem automações ou outras funcionalidades que ajudam a otimizar a comunicação nas instituições de educação superior (IES), como Inteligência Artificial (IA), Robótica, Metaverso etc.Creio que a prudência deve nortear nossa tomada de decisões, estratégias, ações e metas, geralmente insertas no Projeto Pedagógico Institucional (PPI), Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e no Projeto Pedagógico de Curso (PPC) superior, graduação e pós-graduação. Esses documentos institucionais, ao lado do Estatuto, Regimento Geral ou Regimento, conforme a organização acadêmica, são as “leis” internas das IES – universidades, centros universitários e congêneres e faculdades e assemelhados. Neles estabelecemos os prazos, num universo de cinco anos, à implementação do que identificamos e escolhemos para o futuro da IES. Como todo projeto, podem ser alterados ao longo do processo, tendo em vista os cenários que nos alertam para o futuro.

É consenso entre a maioria das IES antenadas com um futuro de possibilidades que as TDICs nos oferecem de que esses recursos devem ser submissos ao processo educacional. E não o contrário. Essa é a grande diferença que temos que observar.

Podemos dizer que as TDICs impactam diferentes áreas no ambiente educacional em todos os níveis, da educação infantil ao pós-doutorado, como meio de atuação na sociedade (cidadania digital), no autodesenvolvimento profissional e nas ações pedagógicas dos docentes e discentes, quando adotada metodologia ativa de aprendizagem.

Tendo em vista esse contexto histórico, competências e habilidades são objeto de constante revisão, atualização nas práticas metodológicas no intrincado processo ensino-aprendizagem. O ensino pode ser ofertado/obtido em sala de aula e nos demais espaços de aprendizagem, a maioria deles exposto gratuitamente pela Internet. O uso dos recursos da Internet, contudo, deve ser orientado pelos professores, em particular, na educação básica, a fim de se evitar dispersão de tempo na busca digital. É quando o docente atua como curador, orientador, parceiro nesse processo dinâmico.

O desafio é equipar essas tecnologias efetivamente, de forma a atender aos interesses dos aprendizes e da grande comunidade de ensino e aprendizagem, como orienta a Unesco.



Seu programa nesse sentido inclui:

“Capacitação e aconselhamento em políticas públicas para o uso de tecnologias na educação, particularmente nos domínios emergentes, como a aprendizagem móvel; garantia de que os professores tenham as habilidades necessárias para usar as TIC em todos os aspectos da prática de sua profissão por meio de ferramentas como o Marco Político de Padrões de Competência em TIC para Professores; apoio do uso e desenvolvimento de recursos e softwares educacionais plurilíngues, que sejam disponíveis para uso e reuso como resultado de licenças abertas, como recursos educacionais abertos (REA) e software livre e aberto; promoção das TIC para a educação inclusiva; coleta de dados estatísticos e desenvolvimento de indicadores sobre o uso de TIC na educação; e provisão de apoio a políticas públicas que garantam que o potencial das TIC seja aplicado efetivamente em todo o sistema educacional”.

Mas Rodrigo Quintão desconsidera as TICs, mas entende que “o futuro da educação começa no estudo da maior tecnologia já inventada: o cérebro humano”. Sim, é o cérebro humano que cria os programas, as plataformas, os robôs. Rodrigo é o gestor da plataforma Mundo em cores.com, que trabalha na curadoria de temas, estruturação de conteúdos e seleção de especialistas para atuação na área educacional. Ele lidera uma equipe que acredita que “o Amor é o principal ingrediente para educar uma criança e que o segundo ingrediente é o conhecimento”.

Sim, o amor deve ser o ingrediente principal no ambiente familiar, educacional, na vida enfim.

Deve ser presente nos momentos em que reconhecemos nossos erros, que não são fracassos.

Kathryn Schulz, jornalista e autora norte-americana e redatora do The New Yorker, fala-nos sobre a nossa cegueira quanto aos erros: “[…] a frase ‘estou errado’ descreve uma impossibilidade lógica. Assim que percebemos que estamos errados, não estamos mais errados, já que reconhecer que alguma crença está errada é parar de crer nela. Assim, só se pode dizer ‘eu estava errado’

As TDICs são estruturadas e programadas por cérebros humanos. Esses cérebros, porém, devem presidir suas ações com vistas ao educando, razão de ser de nossas IES.

Os anos passam e a vida acadêmica nas IES, como no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, a razão de ser do #timebelasartes, deve evoluir sempre, tendo por objetivo o educando como o centro do processo de aprendizagem, com um cérebro que almeja adquirir competências e habilidades, ao longo desse processo, que é contínuo, para conduzir a sua vida em todos os sentidos, no lar, no trabalho, onde quer que esteja ou atue. É a meta do educando, do educador, dos pais, dos gestores acadêmicos comprometidos com êxito, aprendendo com os erros, corrigindo desvios, omissões e falhas. Mas nunca se abater com o não atingimento de metas.

Os anos passam, mas nos ensinam a ser melhores no dia a dia. Amorosamente.