Blog do Prof. Dr. Paulo Cardim nº 568, 13 de fevereiro de 2023

IES: tempos de consolidação

Na postagem da semana passada, fiz algumas propostas sobre ações voltadas para uma educação superior de qualidade, como, por exemplo: a) a desburocratização nos processos de avaliação, regulação e supervisão; b) a implementação de metodologias ativas de aprendizagem nos cursos superiores; c) a revitalização dos instrumentos de financiamento público para os estudantes de famílias com baixa renda.

Há uma farta busca de novos caminhos para a educação neste século 21, qualificado como “o futuro da educação superior”. Alguns futuristas exageram nas suas previsões. Outros buscam apenas usar a IA – Inteligência Artificial para cortarem custos. Poucos focam na qualidade dos serviços educacionais. Tem de tudo.

Muitos, apavorados com o livro “O fim das faculdades”, querem soluções a curto prazo para problemas que estão presentes na instituição de educação superior (IES) há décadas. Nada é impossível, mas não podemos esperar por um milagre sem ações baseadas em planejamento estratégico, com reconhecidos talentos humanos, capacitados na gestão e docência para o uso intenso das tecnologias digitais de informação e comunicação, adaptadas de acordo com o perfil institucional e os propósitos de superar dificuldades e construir perenidade.

Não é tarefa fácil. E nem pode ser realizada sofregamente. Há que planejar, testar e buscar a qualidade que satisfaça ao seu cliente – o estudante.

Qualidade, do latim “qualitate”, é um conceito subjetivo, mas que podemos ligar a atributos, valores, necessidades e percepções e resultados positivos na concepção do estudante. Aprendizagem eficaz e eficiente. O ensino pode usar todas as capacidades do corpo docente e das tecnologias, mas se o aluno não tiver aprendizagem exitosa “nada feito”.

Os dicionários definem, em essência, qualidade como “traço positivo inerente que faz alguém ou algo se sobressair em relação aos demais; excelência, talento, virtude”.

Para Peter Drucker (1909/2005), reconhecido mundialmente como o “pai da administração moderna”, considerava que o maior objetivo de uma empresa é suprir as necessidades e desejos dos seus clientes. Isso significa entregar valor à sociedade, com os consumidores de educação – estudantes – plenamente satisfeitos.

A percepção dos estudantes é relevante para qualquer programa ou projeto que pretenda reformar ou revolucionar uma IES em tempos de Educação 4.0. Muitos já falam em educação 5.0 quando sequer estamos plenamente realizados em padrões de qualidade, na busca da consolidação e perenidade institucional.

Para o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), instituído pela Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, administrado pelo Ministério da Educação, a qualidade é atribuída em conceitos, numa escala de 1 a 5, onde 1 é totalmente insatisfatório; 2 – insatisfatório; 3 – satisfatório; 4 – bom; 5 – muito bom ou excelente.

Excelente qualidade para o MEC é, portanto, o conceito 5. Vamos a um exemplo de conceito 5 para uma IES recredenciada: é quando “a missão, os objetivos, as metas e os valores da instituição estãoexpressos no PDI, comunicam-se com as políticas de ensino, de extensão e de pesquisa (esta última, considerando a organização acadêmica), traduzem-se em ações institucionais internas, transversais a todos os cursos, e externas, por meio dos projetos de responsabilidade social”. Este Centro Universitário Belas Artes de São Paulo é conceito 5. (negritos no original)

Nos princípios da “qualidade total”, conceito que surgiu no Japão, na década de 60 do século findo, está, em primeiro lugar, a satisfação do cliente – o estudante, centro do processo ensino-aprendizagem -, este é quem determina o nível de qualidade dos serviços educacionais que uma IES oferece e realiza para os seus educandos.

Estamos em tempos de uma virada inédita, que vai definir a consolidação e perenidade de cada IES.

O #timebelasartes, continuamente, trabalha para a consolidação de uma IES quase secular – 98 anos em 2023 -, com a adoção de medidas sucessivas e graduais na busca incansável pela qualidade para o processo ensino-aprendizagem, tendo por objetivo o Estudante, A RAZÃO DE SUA EXISTÊNCIA.