Blog da Reitoria nº 596, 28 de agosto de 2023

Sobre jequitibás & educação superior de qualidade

O Centro Universitário Belas Artes de São Paulo está prestes a conhecer as bodas de Jequitibá – 100 anos de casamento com uma educação superior de qualidade, sempre sob a condução da família Cardim.

jequitibá, conhecido como o gigante da floresta, é a maior e a mais nobre árvore da Mata Atlântica podendo atingir a altura de 30 a 50m. Por ser uma árvore muito resistente, o jequitibá exige manutenção e cuidado. É uma força da natureza.

A escola de samba da Mangueira era um jequitibá, nos versos do sambista José Ramos, em 2001:

“O jequitibá do samba chegou

“Mangueira é uma floresta de sambistas

“Onde o jequitibá nasceu…

O #timebelasartes é uma floresta de jequitibás. Cuida da Belas Artes como um jequitibá.  Uma força da natureza que não se curva e nem se quebra diante das tempestades educacionais, em um mundo de insegurança jurídica, onde nem a Constituição é mais respeitada.

As discussões giram, nestes tempos, em torno da IA, TDICs, robótica, chatGPT com aplicações no processo pedagógico das instituições de educação superior (IES) mantidas pela livre iniciativa e dos programas e cursos de educação superior. Em algumas, querem substituir a maioria dos professores por robôs.

O “O desafio das tecnologias de inteligência artificial na Educação: percepção e avaliação dos professores”, segundo os autores do ensaio, “estuda a percepção do impacto das novas tecnologias sobre a profissão docente: inovações tecnológicas designadas de primeira geração e tecnologias de segunda geração, os sistemas de inteligência artificial”.

A pesquisa teve por objetivo identificar a percepção que os professores têm dessas inovações tecnológicas; saber como avaliam o seu impacto; que soluções visualizam para lidar com os desafios que colocam à ação docente.

Os dados da pesquisa permitiram algumas reflexões conclusivas:

 

    • Os inquiridos têm, em geral, uma atitude positiva perante as inovações de primeira geração: consideram que tais tecnologias são desenvolvedoras das competências humanas e não apenas ameaças a que se deve resistir de qualquer maneira. É uma atitude que pode sustentar esforços para controlar os efeitos negativos associados ao uso extenso dessas tecnologias, desenvolvendo, para isso, as competências transversais assinaladas: escuta ativa, estilo de interação resolutivo, liderança, atitude de pesquisador que ensina e não de mero professor expositivo.

    • Revelam alguma dificuldade em perceber a diferença entre as tecnologias de primeira e de segunda geração, ao avaliarem o impacto dessas últimas sobre o seu trabalho, apesar de reconhecerem que elas vão alterar bastante o perfil de competências da profissão; mas têm consciência de que a área de sua ação futura será, principalmente, o desenvolvimento das competências interpessoal e conceitual-estratégica (KATZ, 1974), enquanto competências próprias da construção do sujeito humano.

    • Percebem que a flexibilidade e a capacidade de adaptação constituem o cerne da resposta aos desafios que vão enfrentar no próximo futuro; e que as competências transversais são a base dessa flexibilidade e dessa capacidade adaptativa. Alinham-se, assim, com os estudos sobre equipes mistas de humanos e de sistemas de IA.

As equipes mistas de humanos e de sistemas de IA sinalizam uma possível ação dos gestores de IES para a valorização dos professores humanos em relação aos sistemas de IA, aos robôs docentes.

Trata-se de pesquisa entre professores, creio que falta uma pesquisa com os estudantes, os atores principais do processo educacional. Não podemos ir com muita sede ao pote, porque ele é de barro humano, frágil e sujeito às intempéries tecnológicas.¨