Blog do Prof. Dr. Paulo Cardim nº 644 de 07 de outubro de 2024

Jesus, um educador

“O amor é o eterno fundamento da educação.” (Pestalozzi)

Jesus de Nazaré nasceu em Belém, na cidade da Judeia, provavelmente no ano 6 a.C. A diferença entre o nascimento “real” de Jesus e o “ano zero” do calendário cristão se deve a um erro de datação quando a Igreja, através do monge Dionísio Exíguo, encarregado pelo papa, resolveu reformular o calendário, no século VI. Ele era judeu, filho de José e Maria.  Era considerado “filho unigênito” de Deus, como está em João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

A Bíblia registra que o judeu Jesus foi o Messias prometido aos judeus. Centenas de anos antes do seu nascimento, foram registradas profecias acerca do seu nascimento. Jesus cresceu em Nazaré, um vilarejo pequeno no alto de um monte. Ele, como todo judeu de sua época, era ensinado por um mestre comunitário, geralmente na sinagoga. Essa educação se consistia no conhecimento da Lei (os livros de Moisés, as poesias e os profetas), com um grande destaque à história de Israel. Aprendeu a ler, escrever e fazer cálculos. O Amor pode ser considerado um mandamento do Cristo, dado por Jesus aos cristãos. É um chamado para vivermos de acordo com os ensinamentos de Jesus e refletir sobre Seu amor ao mundo e às pessoas.

Os judeus, contudo, não o reconheciam como Cristo.

Ao longo de sua vida, Jesus viveu e demonstrou o Amor. Educava e curava com amor profundo ao próximo. “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

Trazendo Deus e esse ensinamento de Jesus para a educação, temos um arcabouço pedagógico de imenso valor para a formação plena do educando ao exercício da cidadania e para ocupações ofertadas pelo mundo do trabalho ou para o empreendedorismo.

Pestalozzi (Johann Heinrich Pestalozzi — 1746/1827), pioneiro da reforma educacional na Europa, era um educador que assimilou Deus e os ensinos de Jesus na sua famosa reforma educacional a partir de 1781. Na Universidade de Zurique associa-se ao poeta Lavater num grupo de reformistas. Gastou parte de sua juventude nas lutas políticas, mas, em 1781, com a morte do amigo e político Bluntschli, abandonou o partido para dedicar-se à causa da educação.

Johann Kaspar Lavater (1741/1801), filósofo, poeta e teólogo, entusiasta do magnetismo animal,  é considerado o fundador da fisiognomonia, a arte de conhecer a personalidade das pessoas através dos traços fisionômicos.

Após a leitura do Emílio, de Rousseau, Pestalozzi foi influenciado pelo movimento naturalista e tornou-se um revolucionário, juntando-se aos que criticavam a situação política do país. Abandonou a política e, fracassando como agricultor, criou, em sua fazenda, uma escola para crianças.

Pestalozzi, em 1801, concentrou suas ideias sobre educação num livro intitulado “Como Gertrudes ensina suas crianças” (Wie Gertrude Ihre Kinder Lehrt). Ali expõe a sua didática pedagógica, o Método Pestalozzi, de partir do mais fácil e simples, para o mais difícil e complexo, da teoria e práticas juntas. Suas aulas práticas eram na natureza, na sua fazenda.

Pestalozzi escreveu 41 livros sobre educação. No Brasil não há nenhum deles traduzido para o Português. Aqui ele é apenas considerado como o patrono do tratamento de crianças e adolescentes com alguma deficiência física, mental. Na escola de Yverdon as crianças eram órfãs ou pobres.

O Método Pestalozzi é adotado em poucas escolas no Brasil. Aqui impera o método Paulo Freire, “a pedagogia do oprimido”…