Blog do Prof. Dr. Paulo Cardim nº 636 de 12 de agosto de 2024.

 Agosto: um mês de guerras & tragédias

Marcado por guerras e tragédias, o mês de agosto é reconhecido popularmente como o mês do “mau agouro”, um pressentimento ou sensação de que algo ruim está prestes a acontecer. É uma expressão que causa desconforto e mal-estar. No Brasil, é visível esse comportamento em milhões de pessoas, arraigados no inconsciente coletivo.

O problema já começa no primeiro dia do mês, o início da 1ª guerra mundial em 1914, que se estende por quatro anos. No dia 2, Hitler assume o governo alemão. Como quase toda guerra, uma das imbecilidades humanas, há um objeto “oculto” causador do evento: o poder econômico ou político. A corrida armamentista da Alemanha era outro motivo, além do imperialismo.

Àquela época, a competição por colônias e o nacionalismo acirrado eram motivos aparentes, que envolviam uma chamada Tríplice Aliança, integrada pela Alemanha, Áustria-Hungria e Itália; do outro lado, a Tríplice Entente (Acordo), composta pela Rússia, Inglaterra, França e Itália (inicialmente). Ou seja, dois grupos fechados, guerreando por nações africanas ricas em minérios e pobres de mais para explorá-los industrialmente.

No mês de agosto de 1939, teve início a 2ª guerra mundial. Essa guerra assinala uma das mais aberrantes tragédias da humanidade: o holocausto, genocídio estúpido e brutal comandado por um psicopata: Hitler, ditador da Alemanha nazista. Trabalhos forçados e experimentos médicos desumanos faziam parte dos crimes de guerra de Hitler.

Mais de seis milhões de judeus, ciganos, homossexuais, Testemunhas de Jeová, opositores políticos e pessoas com qualquer tipo de deficiência ou portadores de necessidades especiais foram aprisionados em campos de concentração e ali assassinados em câmaras de gás pelos serviçais do ditador alemão.

O ódio aos judeus foi semeado por toda a Alemanha e seus aliados, mediante uma insistente propaganda de que os judeus eram responsáveis por todos os problemas da humanidade

Esse ódio foi disseminado através de propaganda intensa e doutrinação, levando a uma aceitação por outros governantes com perfil autoritário, como o ditador da Itália, Mussolini.

Em agosto de 1945, cerca de duzentas mil pessoas morreram nos dias 6 e 9, quando as cidades japonesas de Hiroshima e Nagazaki foram destruídas por inédito bombardeio atômico norte-americano, com a desconhecida “Little Boy”. Esses bombardeios levaram os EUA a invadirem e dominarem o Japão. E os aliados fatiaram a Alemanha entre eles.

A divisão da Alemanha entre Oriental e Ocidental, por outro lado, veio demonstrar a incapacidade dos líderes comunistas administrarem com mão de ferro a então União Soviética e a prova cabal da falência do comunismo. Vejamos.

A Alemanha Oriental, após a queda do muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, estava falida, com uma infraestrutura sucateada, enquanto a Alemanha Ocidental portava uma sociedade pujante, rica, liberal e um regime democrático de poder inabalável.

Mas agosto não foi só tragédia. Em 1947, a Índia conquistou sua independência do domínio britânico, sob a liderança pacífica de Mahtma Ghandi, resistência não violenta, conhecida como Satyagraha, ou a “Força da Verdade”. Gandhi acreditava que a desobediência civil e a não-violência eram as melhores formas de combater a opressão e a injustiça.

Em 28 de agosto de 1963, Martin Luther King Jr., durante a marcha sobre Washington pronunciou o seu inesquecívelEu tenho um sonho:  “[…], quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro: ‘Livre afinal, livre afinal’.” (gn).