Blog do Prof. Dr. Paulo Cardim nº 634 de 29 de julho de 2024.

Educação: princípios

A educação no lar, na escola, no trabalho, nos esportes, em qualquer atividade humana sempre me atraiu, mediante cursos de graduação e de pós-graduação. A atuação na quase centenária BELAS ARTES, por outro lado, me atraiu para as práticas educativas. Aprendi as teorias. A prática veio depois. Jamais me deixei adormecer enquanto a vida acadêmica corria célere. Ao longo dos anos consegui formar uma equipe de alta competência — o #timebelasartes —, que planeja, organiza, administra, acompanha, avalia a Academia, inovando sempre, com criatividade, sob os princípios da economia criativa.

Nesse time de pessoas fundamentais, tenho a felicidade de contar com a minha filha, Patrícia Gomes Cardim, Diretora Geral e com o meu genro, Dr. Carmine Avena Júnior, Diretor Administrativo, meus sucessores e herdeiros desta obra quase centenária do pioneiro Pedro Augusto Cardim. São eles, com apoio da professora Josiane Tonelotto, a Superintendente Acadêmica, que procuram adaptar e desenvolver esses princípios no DNA da BELAS ARTES. O nosso time é uma seleção de craques da educação de qualidade, sempre sintonizados com os avanços vertiginosos da tecnologia e de sua adaptação ao processo pedagógico. São líderes com visão de futuro. Com eles o passado é instrumento de aprendizagem e o futuro o exercício contínuo da criatividade e inovação.

Nessas décadas, consegui reunir, com apoio em iluminados educadores, princípios que devem nortear o nosso fazer pedagógico, sem as influências nefastas dos métodos do oprimido teórico Freire.

Educar, é sempre bom repetir, é tão complexo quanto viver. Vejamos os princípios que os luminares nos apontam com a lucidez e a experiência que adquiriram ao longo dos milênios. O educador — pais, responsáveis, professores, gestores — há de seguir certos princípios que são inegociáveis, inabaláveis. As metodologias de aprendizagem podem ser estudadas e uma decisão domada, a ser cumprida pelos que atuam em uma instituição acadêmica, universitária ou não. Todas as possibilidades para a melhoria da qualidade do produção da aprendizagem podem e devem ser dialogadas entres os pares, assessores, consultores e quem mais participar da equipe. Menos os princípios.

Esses princípios, contudo, podem ser ampliados, mas são, no mínimo, indicadores que podem conduzir a uma educação de qualidade, da educação infantil ao doutorado.

Amor, afeto — Amor e carinho são essenciais para o desenvolvimento emocional do educando; cria um ambiente seguro, acolhedor e de confiança entre educando e educador. Educar com amor, com prazer contribui para o êxito da aprendizagem e processo educativo transcorrer com maior facilidade.

“O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu caráter.” (Sócrates)

Exemplo — As crianças, adolescentes e jovens aprendem muito observando os adultos ao seu redor. Seja um bom exemplo em suas ações e palavras. O exemplo é uma ferramenta poderosa no processo educacional. Ele permite que conceitos abstratos sejam concretizados, facilitando a compreensão e a retenção de informações pelos educandos.

Disciplina positiva — O educador deve, logo nas aulas e contatos iniciais com os seus discípulos, definir regras claras e consistentes, limites, sem rigidez catedrática, com amor e acolhimento. As potencialidades do educando devem ser realçadas publicamente. O bem e o bom não podem ser segregados a um mero “diário de classe”. As fragilidades deve ser objeto de ações discretas e efetivas, tendo o amor como diretriz.

Comunicação aberta — Incentive o educando a expressar seus sentimentos e pensamentos. Ouça com atenção e responda de maneira respeitosa.

Educação e estímulo — Proporcione oportunidades de aprendizado e estimulação intelectual. Isso pode incluir leitura, jogos educativos e atividades criativas. As provas e exames devem levar o educando a questionar, a duvidar, a pensar, a escrever. “X” no quadradinho é coisa do passado. Se usado, deve sê-lo com parcimônia.

Respeito e empatia — Ensine a importância do respeito pelos outros e a prática da empatia. Facilita o trabalho em equipes. Contribui para o desenvolvimento de habilidades sociais saudáveis. Elimina o bullying, prática abominável em uma instituição educacional.

Autonomia: Incentive a independência e a tomada de decisões apropriadas para a idade. Isso ajuda a construir confiança e responsabilidade.

A Unesco, a partir do” Relatório Delors”, dispõe que a “educação é um processo fundamental na formação dos indivíduos e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Existem diferentes tipos de educação, mas há características-chave que não podem faltar na formação acadêmica de qualquer pessoa”.

“Características-chave”. Quais são?

Interdisciplinaridade — os conhecimentos devem ser integrados e conectados, permitindo uma visão mais ampla e abrangente do mundo.

Aprendizagem contínua fundamental para o século 21, em permanente transformação em todas as áreas do conhecimento e nas tecnologias da informação e comunicação no processo educacional, agora com mais um elemento em foco, a Inteligência Artificial. As pessoas devem estar sempre dispostas a adquirir novos conhecimentos e habilidades ao longo da vida, buscando se atualizar e se desenvolver constantemente.

Autonomia e a responsabilidade —Na educação superior, são características essenciais para o sucesso acadêmico e profissional. O formando em qualquer curso de graduação deve ter entre suas habilidades a autonomia e responsabilidade pessoal e profissional. Caso contrário ele não é formado; foi informado.

Respeito e valorização da diversidade — É fundamental que as diferenças culturais, étnicas, sociais e individuais sejam respeitadas e valorizadas, promovendo a inclusão e a igualdade de oportunidades para todos. Além disso, a ética e valores humanos devem estar presentes em todas as práticas educacionais, promovendo o respeito, a solidariedade e a cidadania.

EDUCAR É FORMAR CIDADÃOS E PROFISSIONAIS APTOS AO EXERCÍCIO PLENO DA CIDADANIA E DE COMPETÊNCIAS (SABER FAZER), HABILIDADES (SABER FAZER BEM) E ATITUDES (QUERER FAZER). O mais a Vida abrirá as portas. Transpô-las é competência individual, intransferível, que a “cola” jamais resolverá.